Vida e subjetividade do tempo
Artigo de Robson Casali. Aluno do Curso de Formação em Filosofia Clínica – Instituto Packter – Secção Florianópolis.
O tempo para muitas pessoas corre desenfreadamente, já para outros vai nos passos de uma leve caminhada numa manhã de domingo. O famoso físico Albert Einstein escreveu em uma carta que a diferença entre passado, presente e futuro é apenas uma persistente ilusão. O criador da Teoria da Relatividade referia-se ao fato do tempo ser relativo, vinculando-o à velocidade. A noção do tempo é uma ilusão na medida em que pessoas vivem tempos distintos. Por enquanto, para mim está é uma verdade incontestável.
Apenas um a um os dias se apresentam a nós, e ainda estes divididos em momentos: o que foi, o que é, o que será.
Estamos de frente para o passado e de costas para o futuro.
Mas será que aproveitamos e damos o devido valor ao tempo?
Uma grande parte das pessoas lamenta-se porque nascemos para viver poucos anos. “A vida é breve, a arte, longa”, afirma Hipócrates.
A vida é longa o suficiente para as mais altas realizações, se for bem empregada; contudo se dissipa no luxo e na negligência e só então assustados pelo fim inescapável percebemos que o tempo passou sem nos darmos conta que passava.
Construímos nossas vidas gastando a vida, dormimos de acordo com o sono alheio, andamos o passo alheio, entregamos a maior, e certamente a melhor, parte de nossas vidas aos outros e a afazeres poucos proveitosos negligenciando o tempo e usando dele largamente como se fosse grátis.
Fato é que devemos aprender a viver por toda a vida, e por mais paradoxal que seja, toda a vida é um aprender a morrer.
Pequena é a parte da vida em que vivemos! Não recebemos uma vida breve, mas a tornamos.
Robson Casali