“Conhece-te a ti mesmo” Sócrates
Artigo de Angela Beatriz Silveira. Aluna do Curso de Formação em Filosofia Clínica – Instituto Packter – Secção Florianópolis.
A filosofia clínica não é uma terapia interpretativa, ela vem para auxiliar o entendimento de questões existenciais, respeitando a individualidade e singularidade de cada pessoa, visto que somos todos seres diferentes por natureza e possuímos uma representação de vida e mundo próprio.
Inicialmente a pessoa que procura pelo filósofo clínico, encontra-se com um assunto imediato, alguma dificuldade, aflição, dores, medos, e quer entender o motivo para estar sentindo-se dessa forma, na verdade, quer uma solução rápida.
O filósofo clínico deve respeitar a individualidade e a forma de cada pessoa ver, sentir, pensar o mundo, não existe uma verdade absoluta, do que seja certo ou errado, pois cada ser é único e por esse motivo vivencia acontecimentos da vida de formas diferentes.
O partilhante, como chamamos o paciente, vai ser convidado a relatar sua história de vida, que pode ser apresentada de várias formas: escrita, discursiva, através de fotos, entre outros. À medida que o partilhante vai relatando a sua historicidade, o filósofo clínico vai acompanhando atentamente, e nos primeiros momentos, apenas conduz o partilhante a ter uma sequência de fatos, evitando pulos temporais e lógicos. Estimula também o partilhante a falar, usando a mesma linguagem, e vai tomando conhecimento do modo de ser e da estrutura de pensamento desse partilhante. O mesmo por sua vez ao contar, revive suas vivências seus conceitos e encaminha-se para um entendimento de si mesmo, quer dizer, que o partilhante conhece sua estrutura de pensamento, sua forma de ver o mundo e a si mesmo e melhora significativamente sua vida em relação a questões existenciais que causam, de certo modo aflições, ansiedade, insatisfações e até mesmo indisposições do corpo que até então não entendia. Desse modo, a filosofia clínica apresenta-se para melhorar as vivências e relações dos indivíduos na medida que, estes entendem a si mesmo, quer dizer, entendem a sua estrutura de pensamento, e a vida tende a se tornar mais agradável e equilibrada.
Artigo de Angela Beatriz Silveira
Aluna do Curso de Formação em Filosofia Clínica