As singularidades em nossas existências
Artigo de Ivan Zanet Mangili. Aluno do Curso de Formação em Filosofia Clínica – Instituto Packter – Secção Florianópolis.
Uma coisa que aprendemos desde o início da jornada de estudos sobre Filosofia Clínica é que devemos sempre respeitar a historicidade do partilhante e que a historicidade da pessoa contém todas as respostas que precisamos para exercer a atividade clínica e de fato é, pois cada um possui a resposta para si e é isso a quem devemos o máximo respeito, a singularidade.
Cada pessoa é única, de todas as formas possíveis, duas pessoas podem conviver e vivenciar o mesmo ambiente e elas serão completamente diferentes, se comportarão de maneiras diferentes, pensarão de maneiras diferente, serão diferentes em sua essência. No decorrer de toda a vida as pessoas vão ver e perceber as coisas de maneiras diversas, uma no campo das abstrações, outra no campo dos sentidos, outra em suas emoções, e em tantas outras possibilidades mais, e essa é a beleza da vida, a diversidade encontrada em cada um, as respostas encontradas em cada um.
Uma coisa que exige de todos nós, não somente enquanto Filósofos Clínicos, mas enquanto seres humanos inseridos em uma sociedade é o respeito ao próximo, de todas as maneiras possíveis, é entender que está tudo bem o outro pensar ou viver diferente de nós, que o outro tenha outras respostas para as nossas perguntas, e para as perguntas dele mesmo, é essa experiência e essa troca que nos faz evoluir, que exercita o nosso poder de pensar, que nos força a sair da zona de conforto da convivência e que nos faz seres que respeitam o próximo como ele é.
Exercitar esse respeito ao próximo, o respeito a sua singularidade, é algo que nos dias de hoje me traz a percepção de que estamos deixando de lado, as pessoas parecem cada vez mais afastadas de si e do outro, uma desconexão não só polarizada, mas uma desconexão de nós mesmo, pois, de alguma forma, perdemos a essência de nos perceber e nos entender e com isso perdemos a capacidade de fazer isso com o outro. Essa relação me faz entender que precisamos voltar para nós, para nossas histórias, para as nossas singularidades e buscarmos as respostas que nós mesmo temos para nossos dilemas existenciais.
Dessa forma, devemos entender o quão essencial é entender que ninguém é como ninguém, que você pode ter passado por algo e se alguém passar pela mesma coisa terá uma percepção ou noção completamente diferente de nós, e está tudo bem. Precisamos aprender como indivíduos que precisamos nos respeitar e respeitar ao próximo, percebendo a beleza de nossas singularidades, afinal, não somos todo mundo, mas todos compomos o mundo, e essa é a beleza da coisa.
Ivan Zanet Mangili. Aluno do Curso de Formação em Filosofia Clínica – Instituto Packter – Secção Florianópolis.