O Pensamento Selvagem, La Pensée Sauvage, 1962. – Claude Lévi-Strauss
Claude Lévi-Strauss, 1908-2009.
Esse livro, estreitamente vinculado a O totemismo hoje (“O primeiro constitui uma espécie de introdução histórica e crítica ao segundo”), e dedicado ao estudo do modo de pensar dos indígenas, no intuito de reabilitar o mundo selvagem.
Ao invés de falar em pensamento primitivo – em pensamento “de selvagens” -, o autor descobre nesses povos sem escrita um “apetite de conhecimento objetivo, aspecto dos mais negligenciados do pensamento daqueles que chamamos de primitivos”. O selvagem não é, portanto, motiva-
do apenas por suas necessidades. Assim, como diz Günter Tessmann, cujos termos Lévi-Strauss retoma, “O negrito está completamente integrado em seu meio, e estuda sem parar tudo o que o cerca”. Verifica-se, efetivamente, o desenvolvimento de um saber sistemático que não está exclusivamente orientado para um fim prático. Esse conhecimento é rico e preciso, e, segundo
F. G. Speck, os índios do nordeste dos Estados Unidos “elaboraram uma verdadeira herpetografia, com termos distintos para cada tipo de réptil”.
Lévi-Strauss interessa-se também pelo aspecto mágico e simbólico do pensamento selvagem, que é um modo de conhecimento “bem articulado” e coerente. Há, pois, uma lógica do pensamento selvagem.
Edição brasileira: O pensamento selvagem, São Paulo, Edusp, 1970.
Estudo: C. Clemente, Claude Lévi-Strauss ou la structure du malheur, col. “Biblio-Essais”, Le Livre de Poche, L.G.F., 1985.