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      É possível que uma parte sua exista no outro?

      • Postado por Tainara Oliveira
      • Categorias Artigos, Filosofia Clínica
      • Data 3 de março de 2017

      Alguma vez na vida, por acaso, você já viveu uma situação, na qual nasceu uma parte nova em você – que nunca existiu antes, mas que nasceu exatamente no momento em que você passou a se relacionar com alguém?

      Você já se surpreendeu consigo mesmo, ao descobrir alguma característica que você jamais imaginou que possuía enquanto se relacionava com alguém? E subitamente, quando não mais estava com este alguém, tal característica sua – recém descoberta – desaparecia novamente?

      Como se um relacionamento muito específico fosse capaz de iluminar certas áreas da sua Estrutura de Pensamento que permaneceram na escuridão a vida inteira?

      Seriam partes da minha Estrutura de Pensamento (EP) que só vivem quando em Interseção com o outro? A relação com o outro teria a capacidade de despertar novos elementos em mim? Ou seriam os aspectos do outro que migram e vivem em mim?

      A resposta: depende de uma série de fatores, estamos tratando do tema das Interseções de Estruturas de Pensamento (Tópico 28). Um item vasto e com grande complexidade, por isso, não será possível explanar neste breve artigo todo esse conteúdo e esgotar o assunto deste tópico. Então vamos exemplificar para ficar mais didático.

      Imagine que você tem uma prima muito querida com quem conviveu durante parte da sua infância até uns 9 anos de idade, quando seus tios se mudaram para outro país e acabaram perdendo o contato com a sua família. Hoje, quase trinta anos depois, você já adulto, recebe a visita dessa sua prima que veio ao Brasil para visitar os velhos parentes. A última vez que vocês se viram foi aos 9 anos de idade, mas imediatamente, ao serem “reapresentados”, você começa a fazer comentários divertidos sobre as lembranças das brincadeiras da infância, você fica inspirado com um senso de humor perspicaz, (algo muito diferente, pois nunca teve um humor tão aguçado assim para piadas). Essa sua velha prima, amiga de infância, é uma pessoa muito divertida, juntos vocês se tornam uma dupla imbatível, que poderia vencer qualquer concurso de comédia. Vocês e os demais familiares têm um reencontro muito agradável com essa prima, você nunca havia se divertido tanto em um jantar de família, que costumava ser tão sério e monótono. Logo ao se despedir da sua prima que retornou ao país dela, você nota que a sua habilidade de fazer gracinhas, de se divertir, foi-se embora, junto com a sua prima. Como se você tivesse descoberto um lado meio “palhaço” em você enquanto esteve junto dessa prima e, a partir do momento em que ela partiu, levou com ela todo esse senso de humor recém desperto. Você nunca foi uma pessoa engraçada, o que houve que a presença dessa prima quase ‘desconhecida’ praticamente lhe transformou a personalidade enquanto esteve com ela? Após esse episódio, você até tentou algumas vezes forçar algumas piadas com outras pessoas, mas ninguém sequer as entendeu, não teve graça nem para você, nem para os outros… Realmente, parece que só fluía com ela. Esporadicamente, vocês passaram a trocar alguns recados pela internet, mesmo no Dado de Semiose escrito, a diversão acontecia como mágica. Você descobriu que tinha um lado seu que era um grande comediante, mas que só existia em Interseção com essa prima e com mais ninguém.

      Há áreas da EP cujos limites desconhecemos, pouco se sabe a priori, até onde sou eu e onde já é o outro em uma Interseção de EPs. Indicamos a pesquisa, o estudo aprofundado da historicidade, das circunstâncias, da própria Estrutura de Pensamento, como um meio de nos aproximarmos do entendimento de tais questões.

      Pode-se descobrir um aspecto divertido, que cause alegria como no exemplo da prima, ou qualquer outra coisa, inclusive podemos vivenciar via Interseção de EPs algo que talvez seja nocivo à Estrutura de Pensamento. Nesse caso pessoas que possuem tal abertura e forte peso subjetivo nas Interseções entre Estruturas de Pensamento, devem procurar ser cautelosas com as relações que estabelecem e principalmente com os “Vizinhos” que a cercam, pois parece que existem certas coisas em nós que têm a capacidade de viver ou morrer imediatamente e somente em relação com outro alguém.

      Àqueles que se sentiram confusos com este texto, podem ficar em paz, não precisa ser um exercício de compreensão com o rigor da ciência, é muito mais um preâmbulo que sugere um exercício de prestar atenção à nossa EP, às coisas que surgem em nós mesmos quando das nossas Interseções entre EPs. Sempre relembramos que tal exercício não é para todos, mas para quem isso tiver a ver e fizer sentido, desejo uma boa caminhada na descoberta de partes de si mesmo via Interseção com o outro, um novo mundo em você mesmo que só vive e existe no e pelo outro.

      foto do autor
      Tainara Oliveira

      Sobre Tainara Oliveira: Filósofa Clínica pelo Instituto Packter e Especialista em Coordenação Pedagógica pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. É professora adjunta da Pós-graduação em Filosofia Clínica em Florianópolis (Instituto Packter). Graduada em Pedagogia pela Universidade do Contestado – UnC e em Filosofia pelo Instituto Packter. Possui Aperfeiçoamento na filosofia de Ortega y Gasset e de Lúcio Packter na Universidade de Sevilha – Espanha. Site: https://www.clinicasaobento.com/

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