Conjecturas e Refutações
KARL RAIMUND POPPER
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CONJECTURAS E REFUTAÇÕES,
Conjectures and Refutations, 1963.
KARL RAIMUND POPPER, nascido em 1902.
A ciência progride por tentativa e erro, por conjecturas e refutações – tal é a tese central desse livro, que, no prolongamento de A lógica da pesquisa científica, reúne ensaios e comunicações sobre a história da filosofia, a história das ciências físicas, mas também sobre política e história. De acordo com o critério de refutabilidade adotado por Popper para distinguir ciência e pseudociência, uma teoria só é científica se correr o risco de ser invalidada por um teste experimental. Por conseguinte, nenhuma teoria, nem mesmo a mais solidamente estabelecida na comunidade científica, está a salvo de uma eventual refutação ulterior.
Por isso, é preciso considerar provisórias, hipotéticas ou conjecturais todas as leis ou teorias científicas; as novas teorias só se impõem como aproximações melhores que as precedentes.
Contra a atitude dogmática, que tenta verificar as leis para poder confirmá-las, Popper preconiza um racionalismo crítico que, ao contrário, procure refutá-las submetendo-as incansavelmente à prova dos testes. Assim, o erro – em vez de constituir uma falta ou uma falha de conhecimento, como acreditavam Bacon e Descartes – é uma etapa essencial do desenvolvimento do conhecimento. Não existe atitude mais racional – escreve Popper – do que “propor teorias audaciosamente, envidar todos os esforços para mostrar que elas são errôneas e dar o nosso aval provisório sempre que nossas tentativas de crítica não derem resultado”.
Edição brasileira: Conjecturas e refutações, Brasília, UnB, 1982.
Estudo: A. Verdan, Karl Popper ou La connaissance sans certitude, Presses Polytechniques Romandes, 1991.