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      Artigos Diversos

      Video: Um passeio pelas obras de Claude Monet. Texto: O universo das artes – Marilena Chauí

      • Postado por Assessoria
      • Categorias Artigos Diversos, Videos
      • Data 1 de maio de 2008

      Música de Nick Drake

      O universo das artes – Marilena Chauí

      Alberto Caeiro, um dos heterônimos do poeta Fernando Pessoa, leva-nos ao âmago da arte quando escreve:
      O meu olhar é nítido como um girassol.

      Tenho o costume de andar pelas estradas
      Olhando para a direita e para a esquerda,
      E de vez em quando olhando para trás…
      E o que vejo a cada momento
      É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
      E eu sei dar por isso muito bem…
      Sei ter o pasmo essencial
      Que tem uma criança se, ao nascer,
      Reparasse que nascera deveras…
      Sinto-me nascido a cada momento
      Para a eterna novidade do Mundo.

      A eterna novidade do mundo. Alberto Caeiro/Fernando Pessoa une duas palavras, que, normalmente, estão separadas e mesmo em oposição – eterna e novidade -, pois o eterno é o que, fora do tempo, permanece sempre idêntico a si mesmo, enquanto o novo é pura temporalidade, o tempo como movimento e inquietação que se diferencia de si mesmo. No entanto, essa unidade do eterno e do novo, aparentemente impossível, realiza-se pelos e para os humanos. Chama-se arte.

      Merleau-Ponty dizia que a arte é advento – um vir a ser do que nunca antes existiu -, como promessa infinita de acontecimentos – as obras dos artistas. No ensaio A linguagem indireta e as vozes do silêncio, ele escreve:

      O primeiro desenho nas paredes das cavernas fundava uma tradição porque recolhia uma outra: a da percepção. A quase eternidade da arte confunde-se com a quase eternidade da existência humana encarnada e por isso temos, no exercício de nosso corpo e de nossos sentidos, com que compreender nossa gesticulação cultural, que nos insere no tempo.

      Que dizem os desenhos nas paredes da caverna? Que o mundo é visível e para ser visto, e que o artista dá a ver o mundo. Que mundo? Aquele eternamente novo, buscado incessantemente pelos artistas. É assim que Monet pinta várias vezes a mesma catedral e, em cada tela, nasce uma nova catedral. Referindo-se a essa busca do eterno novo em Monet, o filósofo Gaston Bachelard escreve, num ensaio denominado O pintor solicitado pelos elementos:

      Um dia, Claude Monet quis que a catedral fosse verdadeiramente aérea – aérea em sua substância, aérea no próprio coração das pedras. E a catedral tomou da bruma azulada toda a matéria azul que a própria bruma tomara do céu azul… Num outro dia, outro sonho elementar se apodera da vontade de pintar. Claude Monet quer que a catedral se torne uma esponja de luz, que absorva em todas as suas fileiras de pedras e em todos os seus ornamentos o ocre de um sol poente. Então, nessa nova tela, a catedral é um astro doce, um astro ruivo, um ser adormecido no calor do dia. As torres brincavam mais alto no céu, quando recebiam o elemento aéreo. Ei-las agora mais perto da Terra, mais terrestres, ardendo apenas um pouco, como fogo guardado nas pedras de uma lareira.
      (…)

      Marilena Chauí – Convite à Filosofia
      Ed. Ática, São Paulo, 2000.
      O mundo da prática/O universo das artes

      Tag:arte, Filosofia, Merleau-Ponty, Videos

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      Assessoria

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