Tratado do Conhecimento – Louis Rougier
Tratado do Conhecimento, Traité de la connaissance, 1955.
LOUIS ROUGIER, 1889-1982. – La fontaine de la connaissance – Savigny-le-Temple (77), Miroir d’Eau. 2001
Esse tratado em quatro livros expõe as teses do empirismo lógico a partir de uma crítica radical das doutrinas contrárias. O livro I tem, essencialmente, como objeto o exame do método dedutivo: os princípios da axiomatização e da formalização, valor e limites desses princípios. O livro II trata do método experimental: estabelecimento dos enunciados de fatos, análise das leis e das teorias. Apresenta também o ponto de vista da pluralidade das lógicas (lógica de n valores, lógica quântica etc.). O livro III expõe a filosofia da linguagem a partir da oposição sentido/não-sentido. É explicando a regra do uso das palavras que estas adquirem significado; é mostrando o modo de demonstrar ou de verificar as proposições que estas ganham sentido. O livro IV aplica os resultados dessas análises, em particular das que dizem respeito às condições do significado, à critica dos pseudoproblemas da teoria clássica do conhecimento. Aqui o autor propõe uma nova teoria do conhecimento que ele fundamenta em “uma concepção evolutiva e funcional da razão”.
Rougier discorda do Círculo de Viena em dois pontos: por um lado, opõe a riqueza infinita da realidade à ideia de uma teoria unitária da ciência; por outro lado, faz questão de distinguir os problemas insolúveis dos falsos problemas. Sua concepção de “razão evolutiva” está bem próxima da ideia brunschvicgiana de progresso da razão, ou da ideia bachelardiana de devir dialético da razão. Considerando o empirismo lógico como o estado definitivo da epistemologia, ele expõe de um modo ligeiramente dogmático que, no entanto, compõe uma análise rigorosa e clara.
Estudo: G.-G. Granger, “Le traité de la connaissance de M. Louis Rougier”, in Études philosophiques, nº. 11, 1956.