Pré-juízos e os achismos que não nos cabe
Artigo de Ivan Zanet Mangili. Aluno do Curso de Formação em Filosofia Clínica – Instituto Packter – Secção Florianópolis.
Me pego pensando as vezes em como me tornar uma pessoa melhor, uma melhor versão do que já fui, mas uma versão pior do que serei e gostaria de ser, e um aspecto que tento melhorar são os meus pré-juízos e penso que é algo que muitas pessoas deveriam se atentar para si.
Esse ponto só já é um pré-juízo meu falando, mas não digo isso negativamente, penso que todos deveríamos pensar em como nós encaramos as experiências com situações e pessoas mesmo antes de darmos a oportunidade de nos aprofundarmos ou nos debruçarmos na experiência que teremos. Experiência aqui vejo como a palavra chave ao redor dos pré-juízos. Experiências que não vivemos e que achamos que iremos viver de tal forma ou maneira, uma expectativa acerca do futuro e que achamos que irão atender certo pensamento ou conclusão, muitas das vezes erradas. Erramos não só por ‘julgar o livro pela capa’, mas por vezes não nos deixamos surpreender pelo novo, ou quando o pré-juízo é tão forte em nossa malha intelectiva que não damos abertura para o novo, não nos permitimos ser surpreendidos e, até, manipulamos de certa forma o encontro com o novo para que atenda a nossa conclusão feita anterior a experiência. Podemos perder grandes oportunidades de aprendizado, pessoal e/ou intelectivo, se nos guiarmos pelo impacto negativo que os pré-juízos podem causar em nossos achismos acelerados. Devemos lidar com o novo pelo que ele realmente é e não pelo que queremos que ele seja.
Claro que nem sempre nossas conclusões estarão erradas e dada as experiências anteriores e repetitivas de vários podemos adota-las como pré-juízos para nós em determinadas situações. Somos humanos, pessoas dotadas de raciocínio e é inevitável que iremos pensar sobre circunstâncias, até mesmo como mecanismo de defesa e auto preservação. Quero nos atentar para quando os pré-juízos nos limitam, nos podam e nos impedem de vivermos e aprendermos. Que nossos achismos não nos impeçam de evoluir, experimentar e experienciar nosso presente e nosso futuro. E claro, tudo isso é um grande pré-juízo.
Ivan Zanet Mangili. Aluno do Curso de Formação em Filosofia Clínica – Instituto Packter – Secção Florianópolis.