Busca
Sou alguém muito confusa nas minhas buscas, se é que as tenho. Sim, tenho, claro! Busco ficar bem, me sentir bem, existencialmente. Busco saber, entender, que eu aprendi a lidar com os meus medos, inseguranças, baixa autoestima. Não quero ser a que fica agarrada ao leito do rio. Quero me soltar, me livrar das armadilhas conceituais. Porém sou cautelosa. Sei que busca, para cada um se apresenta de uma maneira diferente e como no meu caso busco ficar bem existencialmente, tenho para mim, que quando isso acontecer, o resto será consequência. E o que eu entendo por resto? Primeiramente me soltar do leito do rio. Medo de ser lançada sobre as pedras pela correnteza? Não tenho! Fará parte do processo. Processo de me levantar e viver as experiências de alguém interessante, mais segura, mais tranquila, mais livre, mais leve, apesar das dores minhas e do mundo, que sempre existirão. Com tudo isso feito, estarei disposta a ensinar o caminho a tantos quantos queiram aprender.
E como disse Clarice Lispector no maravilhoso texto: Se eu fosse eu…” seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.”
Espero, profundamente ter a experiência de passar pela vida tendo aprendido a ser quem se é.
Maria do Carmo Dondelli Paulillo
Aluna do Curso de Formação em Filosofia Clínica – Instituto Packter – Secção Florianópolis.
São Bento do Sul, 1 de fevereiro de 2022