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      Livros (Sugestão de Leitura)

      Temor e Tremor

      • Postado por Assessoria
      • Categorias Livros (Sugestão de Leitura)
      • Data 8 de setembro de 2014

      TEMOR E TREMOR,
      Frygt og Boeven, 1843.
      SOREN AABYE KIERKEGAARD, 1813-1855.

      Publicada sob o pseudônimo de Johannes de Silentio, essa obra descreve o que é a fé através da exegese da história de Abraão.

      No Gênese, Deus dá a Abraão um filho, Isaac, mas em seguida pede-lhe que o sacrifique. Ora, durante o holocausto, Deus poupa Isaac, substituindo-o por um carnei­ro. Abraão é “pai da fé”, porquanto se resigna ao sacrifício graças à confiança que tem na palavra de Deus (que lhe promete que seu filho reinará sobre nações), ainda que essa confiança seja absurda, pois ele deve sacrificá-lo. Desse ato de fé depreendem-se dois movimentos. O primeiro é a resignação diante da ordem de Deus: Abraão duvida e estremece de angústia por seu filho, “aquele que ele ama”, mas resigna-se porque ama e teme Deus acima de tudo. Mas ao mesmo tempo – segundo movimento -, porque ama a Deus acima de tudo, Abraão tem confiança e sabe que Isaac lhe será devolvido. Assim, o paradoxo da fé se expressa para além da razão: quando “a esperança se tornou absurda, Abraão acreditou”.

      Esse duplo movimento dialético permite compreender a relação do Indivíduo com a moral. Quando se resigna, o Indivíduo só faz colocar-se sob a ordem de valores morais gerais: “A resignação infinita comporta o consolo na dor”, pois a crença em Deus permite esperar uma eternidade melhor, e a resignação é o reconhecimento da primazia do Geral sobre o Indivíduo. Assim, o herói trágico racionaliza sua dor expressando-a para os outros, que a entendem e se compadecem. Inversamente, Abraão fica sozinho, sem mediação em seu combate, mas salva Isaac graças à sua fé. Superando a ética e a estética do Geral, ele se afirma como Indivíduo superior à razão moral “numa relação absoluta com o absoluto”, que faz dele “o cavaleiro da fé”.

      “Quando começo a refletir sobre Abraão, sinto-me como aniquilado.” Kierkegaard exprime assim sua impotência tanto para compreender o paradoxo da fé quanto para colocá-lo em prática na sua vida pessoal: noivo de Regine Olsen, ele rompe – resigna-se – mas não consegue reavê-la (como Abraão recupera Isaac). Permanece na angústia, primeiro movimento, o praticado pelos filósofos: Descartes (a dúvida), Sócrates (a ignorância). Censura Hegel por não ter visto que, para além da Razão, há o ato de fé, e a Igreja para não compreender Abraão, mas ele mesmo não pode explicar como ter acesso à fé.

      Edição portuguesa: Temor e tremor, Lisboa, Guimarães, s.d.

      Estudo: J. Wahl, Études kierkegaardiennes, Vrin, 1974.

      foto do autor
      Assessoria

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