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      Filosofia

      Discurso sobre as Ciências e as Artes

      • Postado por Assessoria
      • Categorias Filosofia
      • Data 13 de abril de 2014

      Discours sur les sciences et les arts, 1750.
      JEAN-JACQUES ROUSSEAU, 1712-1778.

      Ao visitar Diderot, que fora aprisionado na torre de Vincennes por sua Carta sobre os cegos, Rousseau, lendo o Mercure de France, deparou com a questão em torno da qual a academia de Dijon propunha um concurso: “Se o restabelecimento das Ciências e das Artes contribuiu para depurar os costumes.” “No momento em que li aquilo” – escreveu Rousseau depois -, “vi outro universo e me tornei outro homem.” Decidiu então concorrer. Esse primeiro Discurso, em plena época do surgimento das Luzes, sustenta um paradoxo: o desenvolvimento das ciências e das artes (por “artes” é preciso entender “técnicas”) corrompeu os costumes. Para defender essa tese, Rousseau mobiliza certo número de argumentos históricos e filosóficos.

      A civilização abranda os costumes, ou seja, os “enerva” e “efemina”, levando os povos a perder o gosto pela liberdade. A polidez e o bom-tom não passam de vil e baixa bajulação, corrupção do coração. Segundo Rousseau, todos os exemplos históricos da Grécia, de Roma, de Constantinopla, da China e da Germânia provam: a força e a virtude dos povos estão na razão inversa de seu grau de refinamento. Rousseau não está muito longe de fazer a apologia da barbárie.

      A essas provas de fato juntam-se provas discursivas: nascidas do orgulho do homem, as ciências incentivam o ócio e destroem a moral. As artes estão diretamente ligadas ao luxo, que corrompe e é economicamente ruinoso.

      Rousseau ganhou o prêmio da academia de Dijon. Mas apesar – ou por causa – do estilo eloquente, a obra atrairá sobre o autor uma avalanche de refutações (o pastor Vernet, Grimm, Stanislas, rei da Polônia).
      Rousseau respondeu a todos com minúcias, em textos de estilo menos eloquente, mas também mais preciso e eficaz que as longas diatribes do Discurso, sobre o qual essas respostas lançam luzes inestimáveis.
      Mas Rousseau não conseguiu evitar a marginalização, num século inteiro voltado para o ideal do progresso das Luzes. Foi visto como um autor de paradoxos, e o Discurso sobre as ciências e as artes deu origem a uma disputa da qual participaram Voltaire e os Enciclopedistas.

      Edição brasileira: Discurso sobre as ciências e as artes, in Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, São Paulo, Martins Fontes,1993.

      Estudo: J. Starobinski, Jean-Jacques Rousseau, la transparence et l’obstacle, col. “Tel”, Gallimard, 1976.

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      Assessoria

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